Ações pelo Dia Internacional da Mulher seguem em Porto Alegre

Ações alusivas ao 8 de Março, data que marca o Dia Internacional da Mulher, Porto Alegre continuam acontecendo ao longo de todo mês. Dentre elas, seminários, atos públicos e conferências.

No dia 25, o ANDES/UFRGS promove o seminário “Mamãe é cientista: os desafios da maternidade nas trajetórias de trabalho”. A iniciativa reunirá representantes de diversas áreas de conhecimento para incentivar a reflexão sobre gênero e mercado de trabalho e acontecerá a partir das 17h na sala 605 da Faculdade de Educação (Faced) da UFRGS. Entre as participantes, estão a psicóloga Marília Veríssimo, professora Titular I da Unisinos e pesquisadora associada dos grupos de pesquisa em Economia Solidária e Cooperativa (Ecosol) e Ecosol-CES, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; Fernanda Reichert, coordenadora do projeto de pesquisa e extensão Mulheres e Inovação e integrante do Parent in Science, professora da Escola de Administração, do Programa de Pós-graduação em Administração na UFRGS e pesquisadora do Nitec/UFRGS; Tâmara Biolo Soares, vice-presidente do Instituto Cidade Segura e coordenadora dos programas de prevenção da violência nos Pactos Pela Paz de Pelotas e Lajeado, especialista em Direitos das Mulheres pela Universidade do Chile e especialista em Proteção Internacional de Migrantes e Refugiados pelo Instituto Universitário Europeu, consultora da Nippon Foundation, do Japão, e da Organização Internacional de Migrações (OIM); e a psicóloga Julice Salvagni, diretora da Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS e professora Adjunta na Escola de Administração da UFRGS.

O evento contará com um espaço de recreação coordenado pela pedagoga Morghana Vasconcelos. Interessadas devem fazer inscrição até segunda-feira (23) informando nome completo e idade da criança, pelo email andes@ufrgs.br.

Luta pela igualdade reúne multidões

No domingo (8), aconteceu um diálogo com a população durante o desfile de carnaval na orla do Guaíba; na ocasião foram abordados os preocupantes dados de violência contra as mulheres – como o fato de que pelo menos três mulheres são vítimas de feminicídio por dia no Brasil, o aumento de 40% nos casos entre os anos de 2017 e 2018 no Rio Grande do Sul e o descaso em relação às políticas públicas para as mulheres nos níveis federal, estadual e municipal. Já na segunda-feira (09) foi realizado um grande ato unificado na Esquina Democrática, que mobilizou milhares de pessoas.

Intitulada ‘Grande Ato do Dia internacional da Luta das Mulheres’, a mobilização contou com integrantes de movimentos feministas e sociais, assim como outros membros da sociedade civil e representantes de partidos políticos, que denunciaram os diversos tipos de violências enfrentados pelas mulheres atualmente no Brasil e se posicionaram contra as políticas dos governos de Jair Bolsonaro, Eduardo Leite e Nelson Marchezan Júnior.

A reforma da Previdência, os ataques às universidades, o sucateamento das políticas públicas de combate à violência contra a mulher, o aumento do conservadorismo, as medidas econômicas liberais e a precarização dos serviços públicos de saúde e educação também foram denunciados, assim como os dois anos do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

Na ocasião, ainda ocorreu o lançamento da 5ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, que ocorre em diversos países até 17 de outubro, quando haverá um encontro internacional.

Ainda na segunda-feira pela manhã, as mulheres do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) realizaram um protesto contra a instalação da Mina Guaíba, que, se concretizada, será a maior mina de carvão a céu aberto do Brasil. Em frente à Fepam, onde está em análise o processo de licenciamento, o grupo exigiu que o governo reconheça o impacto do projeto na capital e em toda a Região Metropolitana.

Marielle, presente!

O Instituto Marielle Franco convida a população para o Amanhecer com Marielle neste sábado, 14: “Convidamos todas as pessoas a começarem o dia colocando algum pano, lenço, faixa amarela ou girassol na sua janela. Quem se sentir confortável também pode amanhecer alguma praça mais próxima da sua casa com cartazes e faixas sobre Marielle”, propõe. Outras atividades devem ser divulgadas ao longo desta sexta-feira, 13.

No mesmo dia, ocorre o Encontro Estadual de Formação da Marcha Mundial de Mulheres do RS, em parceria com as Amigas da Terra, a Comuna do Arvoredo e a ong Themis, das 9h às 17h, no Sindipetro RS (Av. Lima e Silva, 818 – Porto Alegre). O tema será “Agora é pra fazer valer. Sou força, porque todas nós somos. Sigo porque seguiremos todas nós juntas. Eu sou Marielle Franco: mulher, negra, mãe, da favela. Eu sou porque nós somos”.

Outras agendas

Outras ações que celebram o Dia Internacional da Mulher são o 5° Encontro das Pretas, de sexta-feira (13) a domingo (15) e uma grande mobilização em 18 de março, na qual movimentos sociais e feministas e centrais sindicais se reunirão para lutar, entre outras pautas, pela defesa do Estado Democrático de Direito em todo o país. Nesse dia, também está marcada uma Greve Nacional da Educação e dos servidores, por serviços públicos de qualidade, contra a PEC Emergencial e os cortes na Educação. Já no dia 26 de março, o Memorial Luiz Carlos Prestes, em Porto Alegre, será palco do evento Porto Alegre contra o Machismo. Com a participação da deputada federal Sâmia Bomfim, do PSOL, o encontro pretende discutir a construção da cidade sobre um viés mais feminino, que enfrente o machismo, o racismo e o patriarcado.

Sobre o 8M

Lembramos que a ideia de criar o Dia da Mulher, oficializado pela ONU em 1975, surgiu entre o final do século XIX e o início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas feministas por melhores condições de vida e trabalho, e pelo direito de voto. Uma possível origem da data remonta à Rússia onde, naquele dia em 1917, trabalhadoras foram às ruas em manifestação contra a fome e a Primeira Guerra Mundial. Para muitos, esse evento deflagrou o início da Revolução Russa.