O Brasil segue com escassez de vacina, falta de apoio ao trabalhador e desestímulo político ao isolamento social. Em meio ao pior momento da pandemia e ao desespero de famílias que precisam dar conta de trabalho doméstico, ensino à distância e redução salarial, a Reforma Administrativa ganha força no Legislativo, em mais uma jogada do Executivo para aniquilar os Serviços Públicos com a desculpa da falta de receitas.
No alvo, sempre os mais fracos: trabalhadoras e trabalhadores que precisam expor-se diariamente ao risco de contaminação pela necessidade de garantir o pão de cada dia, em um contexto de insuficiência da resposta governamental às suas necessidades. Frente a isso, servidores e servidoras, mesmo em condições que só pioram, seguem firmes na luta para que a população tenha acesso à Saúde, à Educação, à Segurança, à Justiça e à Previdência. Graças a eles, mesmo que tardiamente, conseguimos produzir nacionalmente a vacina contra o novo coronavírus, criar tecnologias para suprir as necessidades de saúde do momento, atender às centenas de milhares de pessoas contaminadas e assistir às famílias despedaçadas pela doença.
Por isso, as seções sindicais do ANDES-SN no Rio Grande do Sul, em sintonia com o Sindicato Nacional e outras entidades, estão lançando uma campanha unificada em defesa da vida, do serviço público e dos servidores e servidoras, que não podem ser responsabilizados pela incompetência e falta de vontade política dos governantes.
A comunicação será contra o PL 5595/2020 – que classifica como serviços essenciais a educação básica e superior – , a Reforma Administrativa, as intervenções em universidades federais e o Ensino Remoto. As peças informativas serão mantidas no ar durante os meses de maio e junho.
Cartas marcadas
Estarmos na contramão da maioria dos países onde a crise da Covi-19 começa a ser reduzida desperta a atenção mundial pelo descaso com a pandemia, enquanto a política genocida ganha ainda mais força com projetos de sucateamento dos serviços públicos, cada vez mais abandonados e atacados pelos governos federal, estaduais e municipais.
Mas a conta do governo de que o gasto nominal cresceu 145% em 12 anos é mentirosa: ao atualizarmos os valores pela inflação do período, chegamos a um gasto real constante – que, usando a proporção do PIB, inclusive teve queda de 4,54 para 4,34%. Além disso, o argumento de máquina inflada já foi desmentido diversas vezes: o Brasil tem cerca de 12% da sua população ocupada empregada no serviço público – sendo a maioria em áreas essenciais como saúde, educação e segurança – enquanto a média dos países da OCDE chega a mais de 20%.
As cartas estão marcadas e priorizam o capital. Se o governo ganhar esse jogo os resultados serão desastrosos: além de aumento nos custos à população, a corrupção aumentará, com o apadrinhamento no serviço público; soando-se ao risco de que muita gente perca o acesso a atendimentos essenciais.
Para defender o direito da população – especialmente dos mais pobres –, precisamos unir todas as forças e virar este jogo. Participe da mobilização classista de 1º de maio! Apostar na luta é apostar na vida!
Programação
No virtual e presencial, diversas atividades serão promovidas neste sábado, de forma unificada e segmentada.
A CSP-Consultas fará live às 11 horas, e o Fórum Sindical, Popular e da Juventude por Direitos e Liberdades Democráticas fará evento on-line, das 14h às 16h. Em Porto Alegre, haverá distribuição de alimentos, panfletagem e abraço à Carris. A programação completa das atividades pode ser acessada aqui.
Esse texto foi elaborada pela Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS, com a a colaboração da ADUFPEL, APROFURG, SEDUFSM, da SESUNIPAMPA e do SINDOIF.
A campanha é parte do trabalho coletivo realizado pelas Seções Sindicais do ANDES-SN no Rio Grande do Sul com objetivo de defender os serviços públicos e a educação.