Reforçando o movimento que começou no #29M, o #19J lotou ruas de dezenas de municípios do Brasil e de outros países exigindo Fora Bolsonaro e Mourão. Em Porto Alegre, nem a chuva prejudicou a manifestação, que reuniu cerca de 50 mil pessoas no centro da cidade.
Antecedido de concentração no campus Centro da UFRGS, o ato teve largada em frente ao Mercado Público, seguida de caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares. O ANDES/UFRGS participou de todo o trajeto, no qual se uniu aos gritos de “Fora Bolsonaro, genocida do Brasil”, “Do Bolsonaro eu abro mão. Quero vacina, saúde e educação” e “Vacina, pão, saúde e educação”.
500 mil mortes
O 19J aconteceu em todos os 26 estados e no Distrito Federal, 21 dias após a primeira mobilização de rua desde o início da pandemia. A data também foi o triste marco de 500 mil vidas perdidas para a Covid-19 – doença que há um ano e meio sequer existia e que chegou a esse patamar por decisão política do governo federal, que abriu mão de vacinas, incentiva aglomerações e desacredita as medidas de prevenção.
As vítimas foram lembradas e homenageadas durante os atos, inclusive em Porto Alegre. “Não somos negacionistas. Estamos nas ruas em defesa da vida e porque o maior ataque ao nosso país está na presidência da República, permitindo a morte de mais de 500 mil brasileiros e não temos mais condições de conviver com essa situação”, salientou a presidenta do ANDES-SN, Rivânia Moura, em discurso realizado em frente ao Museu Nacional, em Brasília.
Os atos também foram registrados em capitais como Aracaju, Belém, Cuiabá, Maceió, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e até em países europeus como Espanha, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Suíça e Irlanda. No Rio Grande do Sul, manifestações ocorreram em Alvorada, Novo Hamburgo, Guaíba, São José do Norte, Santa Maria, Caxias, Canela, Gravataí, Santiago, Osório, entre outras cidades.
Mobilização virtual
Além das manifestações presenciais, as redes sociais também reforçaram o repúdio às políticas genocidas e ao descaso com a saúde e a educação no Brasil. No Twitter, as hashtags #19J #19JForaBolsonaro e #19JPovoNasRuas figuraram entre os assuntos mais comentados por horas. No Instagram, milhares compartilharam fotos e vídeos e realizaram transmissões em tempo real, ajudando a propagar a causa.
O ANDES-SN acompanhou essa tendência e promoveu, no YouTube, a transmissão dos atos em defesa da vida por todo o Brasil com a análises de docentes como a professora Virgínia Fontes,da Universidade Federal Fluminense (UFF), que frisou a defesa da maioria da população brasileira.
“A nossa luta é pela defesa da igualdade social. A igualdade só se constrói quando aqueles que são oprimidos, explorados e atacados diariamente podem levantar suas vozes e exigirem melhores condições de vida. É o que assistimos no Brasil em 29 de maio e o que estamos vendo neste 19 de junho também. A nossa luta é contra Bolsonaro, Mourão, Guedes e toda a corja obscurantista e fascista”, comentou.
“Precisamos empolgar cada vez a nossa base para defender não apenas os nossos interesses como docentes, mas o a universidade pública. Não podemos ficar pedindo só fora Bolsonaro e fora ala ideológica. Temos que exigir fora Bolsonaro, fora Mourão, fora Guedes e fora todo e qualquer entulho obscurantista, selvagem, que tem levado as universidades ao seus estertores”, acrescentou a professora Sofia Manzano, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).