1º e 15 de maio serão dias de luta contra a reforma da previdência

29 de abril de 2019

 

A quarta-feira 1º de Maio será marcada por manifestações em todo o Brasil contra a Reforma da Previdência.

Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, ressalta a importância da data para a classe trabalhadora, que frequentemente tem os seus direitos atacados por sucessivos governos. “O 1º de maio é sempre um momento importante para a classe trabalhadora brasileira”.

Além disso, ele destaca a relevância da unidade entre as centrais sindicais: “Entendemos que essa é uma articulação muito importante. Temos que ter a capacidade de pressionar o Fórum das Centrais – a partir da nossa central, a CSP-Conlutas, e de outros espaços que nos organizamos como o Fórum Sindical, Popular e de Juventudes -, para que essa agenda dê conta do enorme desafio que nós temos pela frente, que é lutar contra a reforma da Previdência”, afirmou.

Gonçalves convocou a categoria docente e seções sindicais a participarem das mobilizações nos estados e em suas respectivas instituições de ensino. “É fundamental o papel das seções sindicais, das ações nos locais de trabalho, das mobilizações, paralisações para o acúmulo de forças e, consequentemente, derrotar a contrarreforma de Previdência”, frisou.

Saiba mais sobre a programação em Porto Alegre e demais cidades do Rio Grande do Sul aqui.

Greve Nacional da Educação

Está marcado para 15 de maio o Dia da Greve Nacional da Educação. A data foi inicialmente convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) e outras entidades nacionais do setor, com o apoio das centrais sindicais. A intenção é um movimento unificado envolvendo docentes da rede privada e da pública e técnico-administrativos, em protesto contra a reforma da Previdência e em defesa da Educação.

A central sindical CSP-Conlutas incluiu a data na sua agenda de mobilização, como “um dia nacional de lutas contra a Reforma da Previdência no dia 15 de maio, quando professoras(es) e trabalhadores da Educação realizarão uma greve nacional”. O ANDES-SN debaterá sua participação em reunião nacional com representantes das seções sindicais, no dia 4 de maio.

No dia 09 de maio, haverá assembleia geral docente, convocada pela Seção ANDES/UFRGS, para tratar também da adesão à mobilização.  A assembleia terá início às 11h30, na sala 605 da Faculdade de Educação (Faced).

A reforma da previdência ataca os professores

A proposta de Reforma da Previdência prejudica os trabalhadores em educação de todo o País, principalmente as mulheres. Só de docentes, são 2,2 milhões (80% mulheres) que têm seus direitos ameaçados. Atualmente, as professoras do ensino fundamental e médio se aposentam com 50 anos de idade e 25 de contribuição, e os professores, com 55 anos de idade e 30 de contribuição. Pelas novas regras, o tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria da categoria é estipulado em 30 anos – aumento de 5 anos para as professoras. Já em relação à idade mínima de 60 anos, serão 5 anos a mais para os homens e 10 a mais para as mulheres.

Para alcançar a aposentadoria integral (média das contribuições pagas), o tempo exigido é de 40 anos para docentes. Com isso, as mulheres teriam que contribuir obrigatoriamente 10 anos a mais para obter o benefício integral. A mudança na regra do cálculo também reduz o valor dos benefícios: hoje, são dispensados 20% das menores contribuições. Se a PEC 06/2019 for aprovada, até essas contribuições, totalizando 100%, serão levadas em conta.

Caso o governo insista na proposta, a greve geral dos trabalhadores em educação poderá se estender por tempo indeterminado. “Os direitos sociais estão sendo destruídos e não podemos aceitar isso. O descaso do governo com a educação é gritante, como demonstra a crise no MEC”, denuncia o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis. “Vamos nos unir, nos mobilizar, ocupar as ruas. Temos que lutar pelos nossos direitos. Não podemos deixar que rasguem a Constituição Federal. Vamos conversar com os estudantes e pais, esclarecer a situação péssima pela qual passa o país. Precisamos de um plano econômico, de emprego, de valorização do salário mínimo. Repudiamos essa reforma da Previdência”, completa.

O movimento está sendo convocado com a palavra de ordem: “Contra o desmonte da aposentadoria, rumo à greve geral. Ninguém nasce só para trabalhar, aposentadoria é direito do cidadão”.