06 de junho de 2019
A adesão dos docentes da UFRGS à Greve Geral de 14 de junho, convocada em todo o Brasil pelas centrais sindicais, será definida em Assembleia Geral Docente nesta segunda-feira (10). A reunião acontece às 16h30, na sala 611 da Faculdade de Educação (Faced). Assembleias anteriores, desde 19 de março, já haviam definido apoio à construção da greve geral.
A mobilização do dia 14 é uma grande ação unificada de todas as centrais em defesa do direito à aposentadoria e em repúdio à PEC 6/19 (Reforma da Previdência) proposta pelo governo Bolsonaro, que desmonta a previdência em benefício dos planos e dos bancos privados. Ainda no dia 10, às 18h, haverá plenária dos movimentos sociais gaúchos, na sede do Sindbancários (General Câmara, 424), para preparar a greve em Porto Alegre.
Professores, técnicos, estudantes e demais apoiadores da Educação, uma das áreas mais atacadas em 2019 pelo governo, também estarão mobilizados em defesa da previdência e da educação pública. No Rio Grande do Sul, técnico-administrativos de UFRGS, UFCSPA e IFRS já definiram paralisar. No caso do IFRS, professores e professoras também aprovaram adesão nas unidades de Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão. Os docentes da UFSM já confirmaram que vão parar nos campi de Santa Maria e Cachoeira do Sul. As unidades de Frederico Westphalen e Palmeira das Missões ainda farão deliberação.
Educadores estaduais e de escolas particulares também cruzarão os braços na greve geral. Carta Aberta do Cpers, dirigida aos pais dos alunos da rede pública, reforça que os trabalhadores não aceitarão pagar a conta da Reforma da Previdência, que ao invés de combater privilégios retira direitos e pesa especialmente sobre mulheres, idosos em situação de miséria e a população de baixa renda. “Não se combate a crise e o desemprego empobrecendo quem trabalha”, enfatiza o documento.
Categorias mobilizadas
Várias categorias, como metroviários, servidores do MPE/RS, trabalhadores da Justiça Federal, Petroleiros, servidores públicos do Estado, servidores da Previdência Social e eletricitários, também vão aderir à Greve no estado. Diversas assembleias e plenárias unificadas seguem acontecendo em todas as regiões do Brasil, envolvendo centrais sindicais e sindicatos, assim como movimentos populares, estudantis e de luta contra as opressões.
A grande expectativa em nível nacional é de participação em peso dos trabalhadores de Transportes, com poder de afetar a economia globalmente com um efeito paralisante sobre comércio, indústria, agricultura e serviços de modo geral. Aeroviários, aeroportuários, portuários, motoristas e cobradores rodoviários, além de metroviários e ferroviários, confirmaram adesão. Caminhoneiros devem se juntar parcialmente ao movimento.
Multidões em defesa dos direitos
As grandes manifestações que tomaram as ruas do Brasil nos dias 15 e 30 de maio funcionaram como aquecimento para a greve geral. “Para o dia 14, os preparativos visam à realização de uma forte Greve Geral que pare o país, desde os locais de trabalho, escolas, comércio, bancos e transportes”, diz o site da CSP-Conlutas, que enfatiza a necessidade de barrar integralmente a proposta vigente de mudanças na Previdência. “Cair na armadilha de tentar negociar pontos da reforma, como defendem alguns, seria uma traição aos trabalhadores, pois continuaria havendo a perda de direitos e o aumento da dificuldade para ter direito à aposentadoria e ataques à Previdência.”
Mobilizações semelhantes ganharam força em 2017, durante o governo Temer, e conseguiram barrar o texto que alteraria as regras previdenciárias na época.